Brasileirando

Eu sei que vou te amar de Vinicius de Moraes

5 Outubro, 2016

E o desafio Brasileirando continua … Vejam qual foi a música que a Helena escolheu para hoje:

” Ontem, trouxe-vos o maestro António Carlos Jobim, mas não fui justa. Como apresentar o pupilo sem aclamar o mestre. Que dizer de Vinicius de Moraes? Tenho tanto para vos contar!

Vinicius tinha já quarenta e três anos quando conheceu Tom, catorze anos mais novo.

O primeiro, um homem livre, letrado, apaixonado pela vida e pelas mulheres, várias, já que se casou nove vezes e os namoros não chegam as mãos para os contar, diplomata de carreira, era um homem sofisticado porém desprendido e amigo de seu amigo, o que resultou numa vida de falência financeira constante! Tinha por melhor amigo do homem o Whisky, que ele dizia ser o cachorro engarrafado.

O segundo, um homem jovem, músico de formação, cresceu com a ausência do pai que lhe deu a tristeza e a melancolia tão características de seus versos e da sua vida. Pianista de bar em Copacabana, era um homem regrado.

Casou duas vezes, uma ainda jovem, e outra com uma jovem fotografa de 19 anos, idade da sua filha mais nova na época.

Ambos criaram músicas, cheias de poesia e melodia, que viriam a consagra-los numa parceria de excelência e sem igual no Brasil e no mundo. Tantas eu podia escolher, mas como eu já vos disse antes, não há escolha possível entre as maiores das maiores. Então, numa ode ao Amor, sentimento absoluto que Vinicius tanto soube viver (e Tom escrever), apresento-vos Eu sei que vou te amar (com um bónus).

mh

Senhoras e Senhores, a inesquecível  Maria Creuza interpreta ao lado de Vinícius de Moraes, o Poetinha, que declama o “Soneto de Fidelidade”.

Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Eu sei o que eu vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

 
Soneto de Fidelidade
 
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
 
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
 
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
 
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.  “
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