Querem saber o que são pais à maneira dinamarquesa?

27 Setembro, 2016

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Pais à maneira dinamarquesa em livro?…

“O que sabem as pessoas mais felizes do mundo sobre como educar crianças confiantes e capazes”. A sério?!… Foi esta a minha reacção imediata quando vi a capa desta novíssima publicação em português.

E pensei, olha que giro! Parece que alguém também reparou:

Naqueles bebés deixados dentro dos carrinhos na rua à porta das lojas, com graus negativos incluídos (para fortalecerem o sistema imunitário, dizem).
Naquelas mães que amamentam um filho, brincam com o outro e ainda dão indicações turísticas a alguém ao lado (a mim!), tudo ao mesmo tempo e com a maior naturalidade deste mundo, sentadas num banco de autocarro.
Naquelas crianças que brincam livremente descalças e sujas nos parques ou jardins infantis durante as tardes de dias de semana com os pais. Sei que os infantários mantêm a sua hora do recreio e as visitas exteriores durante todo o ano (quando está muito frio a única diferença é que têm de vestir mais roupa).
Naqueles pais que vão buscar as suas crianças às creches e escolas primárias nas bicicletas com uma cadeirinha atrás ou uma caixa de madeira à frente, que também serve para levar (em simultâneo) as compras do supermercado e até o cão!
Naqueles jovens que vão sozinhos para a escola de bicicleta a partir dos 12 anos.

É que eu assisti a tudo isto nas várias vezes em que estive na Dinamarca. E foram mesmo das coisas que mais me surpreenderam por lá.

A independência dos miúdos. A descontracção dos pais. A simplicidade em quase tudo. A sensação de conforto sempre presente. O despreendimento material em famílias com rendimentos tão altos.

Alguns destes itens fazem até parte da minha listinha das 20 coisas a não esquecer em Copenhaga, por tão marcantes me parecerem naquela cultura nórdica.

Porque como já devem saber, eu acho bastante piada às diferenças culturais e à da Dinamarca em especial. Por isso, foi uma boa surpresa encontrar um livro à venda em Portugal com o título “Pais à Maneira Dinamarquesa”. Fiquei logo super curiosa, claro!

Até para ver se a minha ideia em relação aos pais dinamarqueses coincidia com a das autores desta obra:

Iben Dissing Sandahl – uma psicoterapeuta, terapeuta familiar e mãe dinamarquesa, a exercer há vários anos num consultório nos arredores de Copenhaga
Jessica Joelle Alexander – uma cronista, formadora cultural e mãe norte-americana casada com um dinamarquês a viver na Europa

Portanto, ter agora a oportunidade de poder aprender com elas é fantástico. Porque elas fazem parte das pessoas mais felizes do mundo, já que vivem ou convivem com o repetente premiado país mais feliz do mundo – a Dinamarca.

Quais são então os segredos para educar crianças confiantes e bem integradas? Quais serão as rotinas, os hábitos, prioridades ou principais preocupações destes pais?

Ora, foi isso mesmo que fui procurar às páginas do “Pais à Maneira Dinamarquesa”. E foi precisamente isso que encontrei. Porque este é um livro bastante positivo, próximo e muito prático como eu gosto.

Faz perguntas. Dá respostas. Às vezes até me deu aquela sensação de que estava numa conversa de café com uma grande amiga. E gostei dos exemplos que ajudam a reenquadrar facilmente alguns comportamentos padrão.

O livro está dividido em sete capítulos, com mais uns extras. Onde se incluem:

Conselhos para incentivar jogos e brincadeiras livres, tão importantes mas talvez demasiado esquecidos (na correria de alguns fins de tarde em Portugal)
Dicas que ajudam a reforçar a confiança, a valorização pessoal, a empatia, a honestidade e o trabalho em equipa entre as crianças
Inspiração para celebrar a união e desencorajar a competição ou lutas de poder, cultivando o respeito e a tolerância

Devorei quase todos os tópicos, mas se tivesse de eleger o meu preferido seria o número 7 – Tempo Juntos e Hygge (algo muito cultural, uma forma de estar, traduzido por aconchego). Porque apesar das asas é muito bom escolher passar bons momentos com quem mais gostamos e nos faz bem. É saber apreciar o mais simples e real, o verdadeiramente importante, certo? 🙂

Por isso, sim, acho que é uma boa leitura e que todos temos algo a aprender com esta sociedade escandinava. Para quem não conhece o país, fica com vontade de ir já a correr marcar uma viagem. Para quem conhece, fica a confirmação do quotidiano que já visitou.

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